Toda unanimidade é burra 02/09/2008

Alvíssaras!

Mais uma notícia que vai influir na mudança do eixo terráqueo.

Troem as trombetas, cornetas, trompas; timbalem os sinos, badalem as sinetas; que o anjos arcanjos, querubins, serafins e toda a hierarquia celeste sacudam as angelicais asas.

Viva a esbórnia!

Festa no Hades!

Eis o motivo do fardunço:

¨Eleição da AL - 02/09/2008 às 08:46

Pela primeira vez na história, a Assembléia Legislativa vai eleger na tarde de hoje, em unanimidade, a Mesa Diretora que irá compor o biênio 2009/2010, novamente encabeçada pelo atual presidente deputado José Riva (PP) e o primeiro secretário Sérgio Ricardo (PR). A confiança de que conquistarão todos os votos é tamanha que entre os deputados o clima é de tranqüilidade, tanto, que até a chapa denomina-se ¨Unidade¨ ( Olhar direto).

Mas, sempre tem um mas; ¨toda unanimidade é burra.¨

Quem já não ouviu esta famosa frase, de autoria do também famoso escritor Nelson Rodrigues?

Na verdade, na vida real, a unanimidade só pode existir por dois fatores: Pela concordância cega ou pelo silêncio dos críticos.

Onde há concordância cega, predomina a burrice; e, onde há o silêncio, certamente predomina o medo de se fazer oposição.

Não que a pretensão da unanimidade seja algo negativo, mas ela é, sem dúvida, algo perigoso.

Na verdade, para melhor compreendermos o que isso significa, devemos traduzir o termo unanimidade não como plena concordância, mas sim como ausência de questionamento.

É aí que mora o perigo da unanimidade, pois a ausência de questionamento pode ser indício da possibilidade da represália ou mesmo da sua existência declarada.

A unanimidade é tão pouco recomendada que nem mesmo Jesus, na plenitude da sua perfeição, a quis.

Se tivesse unanimidade, a sua missão não teria atingido o objetivo.

Foi preciso a discordância de um dos seus 12 apóstolos para que, como bem afirmou o Mestre, as escrituras se cumprissem (Lc 22:37 e Mt 26:54).

Ao que pese o exemplo de Jesus, fica evidente que mesmo se tratando de alguém que absolutamente esteja certo e seja perfeito, a discordância é instrumento de extremo valor.

Pois que, se ela for provida de razão, desmascarará o erro; e sendo carregada de erro, ao exemplo de Judas para com Jesus, reforçará a verdade.

Para uma corporação, Poder Público ou mesmo uma instituição pública, a ausência de questionamento seja internamente, pela sociedade ou pela imprensa é extremamente danosa, pois permite que decisões sejam tomadas sem a devida reflexão, muitas vezes por meros caprichos pessoais que não refletem o interesse público, coletivo ou corporativo.

Além disso, ainda permite comportamentos equivocados por parte de administradores, uma vez que, diante da ausência da crítica, impera-se a falsa idéia de que nada está errado.

Falei demais, com licença, vou pegar o saquinho...

UUUUHHHHGGGG! AAARRRGGGHHH!

,,,

*Kamarada Mederovsk é um ¨cerumano¨ como outro qualquer

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