Outro dia, falei na Rádio Cultura sobre o número real de infrações de trânsito cometidas diariamente - que é muito maior do que o número de ¨autos de infração¨ (multas...).
Ultrapassagens imprudentes, estacionamentos irregulares, invasões de faixa de pedestres, conversões proibidas, etc.
“Aqui em Cuiabá, os motoristas são extremamente educados, dão passagem ao pedestre assim que ele põe o pé na faixa, param onde existe uma placa de ¨Pare¨, não tentam ultrapassar todos que estão à sua frente, estacionam nos locais permitidos, trafegam no limite da velocidade estabelecida na via e o trânsito flui numa boa, sem estresse.”
OOOPS! Acordei.
Aqui na terra de Rondon, em breve, as leis da Física se farão notar na marra.
Ao contrário do que diz a propaganda, não existe a mais remota possibilidade de que, nos próximos cinco anos, cada cidadão do Município apto a possuir um automóvel, realmente passe a tê-lo.
O imaginário popular ainda associa status com automóvel.
Mas não só status.
Individualismo.
Ausência de regras.
Cada um por si.
O outro é um inimigo.
Essa estória de Estado mínimo apenas reforçou a hipocrisia de certos cidadãos, que vociferam contra a intromissão estatal em assuntos que, em tese, não lhe competiriam.
Os chatíssimos e criminosos movimentos : ¨contra os radares¨, “xô multas”, e outros, que contam com a desinformação e a ignorância do povo sobre o assunto, servem como exemplo.
Eles falam em nome de si próprios. Mentem deslavadamente.
Enquanto vociferam injurias a torto e a direito, morrem diariamente homens e mulheres.
Tais movimentos ¨pró-cidadania¨ gostam de se imaginar como ativistas da liberdade, mas não vão muito longe.
É só verniz.
São um bando de irresponsáveis.
Cúmplices do banho de sangue diário na calçada, nas ruas, no asfalto.
Tornou-se comum ouvir o cacarejar contra a suposta ¨indústria da multa¨; cuja finalidade seria única e exclusivamente multar o motorista ingênuo, de boa-fé e além de tudo de possuidor de caráter exemplar.
Uma vítima da tirania da Prefeitura, pelas mãos de seus terríveis prepostos, os ¨amarelinhos¨.
Esses ¨xerifes de Nothingham¨ não possuem o menor escrúpulo !!!
Ao menor erro do “cidadão de bem”, motorizado, uma pequenina desatenção, e, lá vem o fascista empunhando o nefasto bloco:
- Por favor, senhor... Pode sair de cima dessa senhora?
- Não senhor, a calçada é uma faixa a mais para a circulação de automóveis...(?)
- Como assim, ¨não fez nada¨? Isso aí é a faixa de pedestres. E esse é o meu pé!
- O senhor pode ser daltônico ou o que for, mas não lhe passou pela cabeça que, no semáforo, a cor de cima significa ¨PARE¨?
- Sabe esse círculo de metal preso no alto deste poste, bem em frente ao seu carro?
Sim, esse que consiste na letra ¨E¨ de cor preta, num fundo branco, tendo em sua volta uma borda vermelha e uma faixa diagonal também em vermelho??
Esses “amarelinhos” não educam, só sabem multar o inocente cidadão.
Em primeiro lugar, uma autoridade de trânsito que tem constrangimento em multar não deveria ser autoridade de trânsito.
É, também, oportuno lembrar que todo o processo educativo, necessariamente, deve conter limites e estes fiscalizados.
Portanto, a obrigação legal de fiscalizar o descumprimento do Código de Trânsito Brasileiro, faz parte do processo educativo.
São tantas e tão acintosas as tragédias no trânsito que quase se diria que o respeito à vida e à integridade física é a exceção e não a regra.
Com exceção é o dolo eventual e a regra e a culpa consciente.
Mas todos pressentem ou sabem que o futuro “dessepaíz” está seriamente comprometido se esse estado de coisas perdurar.
São milhares e milhares de mortos e mutilados, vítimas dos delitos de trânsito.
São milhões de gastos públicos na recuperação dos mutilados.
A impunidade não pode continuar.
Trata-se de uma inviabilidade e um desrespeito à lei, defender primeiramente o processo educativo que é permanente e não tem fim para só depois multar.
Este tipo de marketing eleitoral é nefasto, supre-se da tragédia das famílias, muitas compostas de eleitores dos profetas do caos.
É preciso avançar, progredir, mas nunca, sobre a ruína de todas as tragédias.
Tenho dito!
...
Léo G. Medeiros, sob as bênçãos do Espirito Santo Paráclito
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