Satiricon Cuiabano 12/07/2005

Aqui em Cuiabá, onde tudo se copia, até as modalidades de assalto do Rio e São Paulo, já estão faltando lantejoulas nas lojas da Rua de Baixo; não é que se aproxima a ¨paraaaada gay¨!

No palácio do Governo Muncipal, diga-se no átrio da vice-prefeita, chega a fazer vento o entra e saia de personalidades bufantes, em busca de apoio para as hostes saltitantes que estarão deslumbradamente sendo amandrinhados, quiçá, pela nossa ilustre senadora Serys Marly.

Recursos públicos, dinheiro seu, meu, nosso, já estão garantidos, remanejados sabe-se lá como, para a festa rósea da “ufaunística” tribo; danem-se as escolas em ¨estado pecuário¨, a saúde claudicante, o transporte coletivo capenga, a iluminação medieval e a sujidade dos bairros periféricos.

De todo Estado, norte, sul, leste e oeste, particularmente do norte, onde impera a gauchada gremista, virão comitivas trânsfugas, em alegre algaravia pela BR-163.

O importante é garantir o direito da diversidade cultural-sexual, dirá o Alcaide levemente maquiado para a entrevista matinal, bebericando seu guaranazinho ralado.

Os jornais dedicarão páginas muitas páginas, com fotos e fofocas eexxxcluuuusiiiivas, as colunas sociais decoradas para a efeméride, assentarão para a história os ¨selinhos¨ oficiais, os ósculos lascivos, os abraços sensuais, os olhares devoradores, os decotes profundos, as fendas enormes dos vestidos ¨tomara que caia¨.

Os ciumentos acompanhantes vitaminados por anabolisantes, o que na verdade não reflete masculinidade, como touros em uma arena romana, pacificarão suas damas com discretos carinhos, como tudo acertado na reunião preparatória, e devem a todo custo evitar cenas lamentáveis de “baixaria”.

Representantes da Câmara, em seus ternos mal cortados, disputam a indicação para ocupar lugar de destaque na ¨comissão¨ de frente, o Senhor Prefeito mandará representante; o Detran interditará ruas, os amarelinhos apitarão frenéticamente controlando o trânsito, a Polícia remanejará efetivo para garantir o direito de ir e vir da troupe alegre, a igreja, por certo abençoará os servos em desfile, pobres cristãos anódinos.

Avizinham-se, grandes, loucas paixões; conflitos tempestuosos e temperamentais surgirão do nada, almas gêmeas finalmente serão reconhecidas, gritos estridentes, muitos gritos ecoarão do Beco Quente ao Tijucal.

Boletins de ocorrência serão registrados, unhadas, tapas, perucas perdidas, ¨vias de fato¨, tudo estará lá para anotações e providências da autoridade competente, para a vergonha do sindicato.

A patuléia de longe assistido ao desbunde, os basbaques aplaudindo o cortejo, os contribuintes financiando a esbórnia, estes, não terão lugar na festa de encerramento.

No dia seguinte, à constatação, dirá a vice-prefeita, “foi um sucesso, para o próximo ano corrigiremos as falhas, incluiremos no orçamento recursos para o evento, as ações afirmativas estarão na pauta da reeleição, as contas serão prestadas ao “órgão” competente, estamos inclusive providenciando um local apropriado para a manifestação, que, acho deverá se chamar “Satiricon Cuiabano”, talvez, “Libertinagem Pantaneira” .

O amigo tem sugestão?

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*Léo Medeiros é cidadão cuiabano.

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