O poder na Botocúndia 22/09/2007

“...mas, Alcaide, isso não pode ser feito, fere o bom senso, traz transtornos a cidade, existem hospitais no itinerário...

- Faça, estou mandando, sou o Alcaide, quem manda sou eu ; está entendendo? Cumpra o que estou mandando; está encerrada a reunião...”

A execrável resposta, do alcaide botocundiano, a seu disciplinado assessor, diga-se de passagem, argumentação ponderada, está nos registros akhásicos da Botocundia e foi gravado por uma câmara escondida deixada pelo antecessor.

O conhecido diálogo, digo, monólogo decisório, chegou ao conhecimento deste humilde cidadão botocundiano, que refletindo sobre o exercício do poder, a tal de cratologia, permitiu concluir filosoficamente que:

A força absorvente do poder transforma o homem, destruindo-lhe as virtudes que até então pareciam inatas e exemplares.

O absurdo do poder arrasta logicamente a despersonalização do homem e a sua metamorfose, já que deixa de existir como homem pensante e atuante.

Quando a força da argumentação, mais ou menos sutil, não chega, dá lugar a atitudes despóticas por parte daqueles que não aceitam a legalidade das leis quando elas não lhes servem de pretexto para impor o seu poder ou daquelas camadas que afinal representam.

O poder, apesar de efêmero, é por isso mesmo mais calculista, tornando-se pernicioso pois é normalmente conduzido de forma que a força faz a lei.

E quando a força faz a lei, mata a liberdade e a democracia, no entanto mostra o caráter efêmero e desmistifica o político intelectualmente desonesto.

E o povo?

A força marginaliza todo aquele que se oponha e que combata esses profetas da miséria para onde claramente empurram cada vez mais um Povo, também incapaz de se encontrar a si próprio.

Merda !

...

*Kamarada Mederovsk é um ¨cerumano¨ como outro qualquer

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