Trote iniciático 31/03/2010

Repete-se na Avenida Fernando Correa a célebre cerimônia de iniciação dos calouros universitários.

Homens e mulheres jovens, lambuzados de "sei lá o quê", catando moedas entre os veículos, arriscando-se em plena tarde-noite desta terça feira.

Procurei nos alfarrábios explicação para tão bizarra demonstração de subserviência dos novos universitários, vejam o que encontrei:

Para Zuin, os primeiros trotes têm como marca a soberba intelectual, que permanece nos veteranos até hoje. Este se vê como o portador da formação cultural do novo aluno, o indivíduo civilizado que vai domesticar os calouros e ensiná-los a conviver no meio acadêmico, do qual os mais experientes se posicionam como guardiões.

Zuin, que é autor do livro "O Trote na Universidade: Passagens de um Rito de Iniciação", explica que esta postura dos veteranos têm raízes em uma outra relação complicada -- a convivência entre professor e aluno.

Este componente masoquista explica, de uma certa maneira, o comportamento dos calouros em relação aos veteranos.

Embora sofram com a humilhação -- e, em alguns casos, com as agressões - alguns alunos se sentem "premiados" por fazer parte daquele grupo.

Satisfeitos, estes passam a planejar o próximo trote, quando assumirão a posição de veteranos, aqueles que são responsáveis por causar o sofrimento nos mais novos -- com um forte elemento sádico.

"Alguns calouros querem ser trotados de maneira violenta. Senão, para eles, não significaria ser identificado como alguém que entrou na universidade", acrescenta.

Frequentemente, este sadomasoquismo se estende aos pais dos alunos, que vêem o trote como marca de status, que diferencia os "capacitados" dos demais integrantes da sociedade.

"É muito comum ouvir de pais de alunos que fizeram pouco com o filho, que ele próprio faria muito mais. Isso acontece porque ele não pode voltar para casa sem portar sinais que o identifiquem como alguém que entrou na universidade", diz Zuin.

A respeito da famigerada cerimônia disse lá em 2005:

Faltou convidar os pais dos jovens seviciados, bem como o reitor da universidade para testemunharem o que chamam de rito de passagem.

Mas tudo isso não importa. Afinal os sacrificados de agora serão os sacrificadores do futuro, quando, lá, serão considerados veteranos e tudo se repetirá, para honra e glória do sistema.

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*Léo Gonsaga Medeiros é cidadão cuiabano

Valhacouto ou Maçonaria a martelo 27/03/20010

Como nos tempos tenebrosos, atualmente afiançam-se parciais conhecimentos por todos os poros midiáticos, alocando-se no mesmo cadinho o que de pior e melhor existem nas Instituições; assim também é feito com a Maçonaria.

De costume, dizemos “a Maçonaria”, mas na verdade deveríamos dizer "as Maçonarias", porque efetivamente existem, se assim podemos dizer, duas: a Maçonaria Regular e a maçonaria irregular.

Meter tudo no mesmo saco não me parece justo.

Distinguem-se, ao que me é permitido avaliar enquanto observador e convicto da existência de ambas, pela fidelidade às chamadas, digamos, Regras Maiores.

Fiquemos, didaticamente, com algumas.

Uma segue-as religiosamente e por isso se diz "Regular", a outra não, e por isso se intitula irregular.

Visitando escritos que algumas Lojas facultam a leitura pública, podemos tomar conhecimento do que versam exotericamente essas regras.

Realço alguns pontos que me parecem, temporalmente, muito significativos:

- A maçonaria regular não é ateia nem agnóstica: é absolutamente deísta;

- Proíbe aos seus membros a discussão ou controvérsia política ou religiosa, com base no respeito pela crença ou opinião política de cada um;

- Só aceita como membros homens de honra, maiores de idade, leais e discretos, de boa reputação, "dignos de ser bons irmãos e aptos a reconhecer os limites do domínio do homem, e o infinito poder do Eterno";

- Cultiva nas suas lojas o amor à Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade constituída;

- Prescreve aos seus membros um "exemplo ativo de comportamento em sociedade, digno e são".

O maçom regular tem o dever de contribuir para o aperfeiçoamento da humanidade através do seu aperfeiçoamento pessoal.

Em contrapartida, a maçonaria irregular não se atém a estas regras.

É desregrada.

Pior: nos pontos por mim realçados até se esmera, por vocação, no seu contrário.

Sendo essencialmente jacobina, acoita ateus, agnósticos - e só o Diabo sabe mais o quê.

Entende que as “lojas” são locais, por excelência, para a discussão político-religiosa, para a conspiração e para a conseqüente intervenção política na sociedade, de modo a alterá-la de acordo aos guisados luminosos do governante de plantão.

Cumpre uma agenda essencialmente destinada ao conchavo negocial, das regras do “toma lá dá cá”.

Isso é a maçonaria irregular, meus amigos.

País azarado este; não basta a politicalha infestando todos os quadrantes do mapa... e até na Maçonaria tinha que sair mixórdia.

Uma porcaria de maçonaria a martelo!

A outros saiu a Ordem; a nós tinha logo que calhar a seita.

As velhas regras indicam o caminho, sigamo-las.

Cremos que a Instituição Oficializada da Ordem Maçônica, gerida pelos maçons, precisa rever seus conceitos, urgente... Refletir seriamente na doutrina basilar da Maçonaria, a Original mesmo, que se perde nas brumas do tempo, do instinto natural de amor e solidariedade, pois esse Espírito deve prevalecer sobre a Matéria.

Imaginamos uma maçonaria FORTE e UNIDA, em pensamento e atitude, debates de contextos abrangendo nossa sociedade, ações efetivas para melhoria e equacionamento das diferenças econômicas, que resulta nessa discrepância social no mundo maquiavélico humano

O Maçom se reconhece olho no olho, apertando-se as mãos, não pela função pública,não pela conta bancaria, não apresentando carteirinha de “associado”, como se pertencesse a um clube.

A Maçonaria não é um reles valhacouto.

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*Léo Gonsaga Medeiros é cidadão cuiabano

No tempo do guarda de trânsito 24/03/2009

E o nosso TRÂNSITO?
Alguns críticos dizem, faltam policiais nas ruas e tem muito “guarda de trânsito”, para “fabricar” multas.

Esquecem que o policial de trânsito, antes de tudo, é um policial cuja especialidade é o trânsito.
Se ocorrer um crime a sua volta, se o PM DE TRÂNSITO verificar ou for acionado por qualquer um do povo para apartar uma briga, para evitar um furto, enfim, por qualquer perturbação da ordem pública, ele estará atuando como policial que nunca deixou de ser.
E as fábricas de multas?

Só na cabeça daqueles que se acham imunes ou seres superiores e não aceitam serem autuados por um simples POLICIAL DE TRÂNSITO.

Se olharmos na nossa cidade, é fácil verificarmos diversos problemas no trânsito, entre eles destacamos: além das vias danificadas, temos a embriaguez no volante, o excesso de velocidade, desrespeito à sinalização, enfim, a falta de respeito às normas de trânsito.

Duvida?

Fique atento e olhe em sua volta quantas pessoas estão trafegando de moto sem capacete, quantos veículos estão trafegando sem placas, quantas pessoas vão desobedecer ou “furar” o sinal, quantos motoristas não dão prioridade ao pedestre, etc.

O policial estará fabricando multa se autuar aqueles que desrespeitam as regras a todos impostas?

Mais fácil, ainda, é tentar “fazer a cabeça” da população desvirtuando a realidade ou omitindo informações, dando ênfase apenas ao que lhe interessa.

Difícil é fazer trabalho sério e sem “apadrinhamento”, sem “quebrar” as multas ou impedir que o policial cumpra com o seu dever.

É comum verificarmos alguns ilustres, que por exemplo, excedem com o seu carro o limite de velocidade na via e põe em risco a segurança do trânsito e, ao serem autuados pelo Agente de Trânsito, dizem: “VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?” “EU SOU O..., SOU AMIGO DO... E VOU FALAR COM SEU CHEFE. E O CHEFE DE SEU CHEFE”, etc.

E falam alto: “A POLÍCIA DEVERIA PROCURAR BANDIDO”.

A fiscalização de trânsito incomoda, pois ela constata quem desobedece as regras de trânsito, independente da condição social de cada um, da sua função ou cargo que exerça.

O trânsito, também, mata qualquer um, independentemente do seu “status social”.

VOCÊ PODERÁ SER A PRÓXIMA VÍTIMA.

Temos que mudar a mentalidade de querer “FAZER OMELETES SEM QUEBRAR OS OVOS”, pois o que existe pela frente é trabalho, onde todos podem e deve ajudar, cada um fazendo a sua parte.

Os motociclistas, os pedestres e os usuários da via devem conhecer e respeitar as regras do trânsito, dando bons exemplos aos seus filhos e a toda sociedade, acreditando em dias melhores e lembrando que não existem fábricas de multas, e quando o Agente de Trânsito autua alguém é porque houve um desrespeito as regras, onde a maior parte da população cumpre.

E os HIPÓCRITAS?

Estes continuarão a falar mal do POLICIAL DE TRÂNSITO e vão até querer acabar com o policiamento especializado em trânsito, assim acreditam que irão resolver os problemas de trânsito da nossa cidade.”

Os HIPÓCRITAS...

E assim foi feito: extinguiram o Batalhão de Trânsito; acabaram com os radares.

O número de mortes por acidentes de trânsito cresceu em escala geométrica.

QUE dizem os HIPÓCRITAS?

Ninguém fala das competências e responsabilidades do Estado na questão de fiscalização do trânsito (Leiam a resolução 66/CONTRAN de 23 setembro de 98).

Ficou fácil esconder a cara e culpar os “Amarelinhos”.

Por fim e para desgraça de todos nós, reles mortais, aonde foram parar os BOMBEIROS que atendiam as emergências com rara presteza? Mais mortes por desídia do Estado.

Mas, para fiscalizar o não pagamento do IPVA, mobilizam-se Secretários, efetivos, viaturas, meios de comunicação...

Ah, dá licença!



Léo Medeiros é cidadão cuiabano

Hieraquia dos Anjos 08/01/2009

O major da Polícia Militar Novacki, alçado à condição de Secretário de Estado da Casa Civil, mérito próprio, fala das condições da Segurança Pública, da Polícia Militar... até assina promoções de coronéis da Polícia.

Tudo bem?

Não!

O comandante da PM e o secretário de Segurança precisam de porta-voz?

Existe uma ordem que até os anjos obededem. Vejam:

HIERARQUIA DOS ANJOS

Seguindo o critério tradicional, são nove (9) os Coros ou Ordens Angélicas: Serafins, Querubins,Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos, distribuídas em três Hierarquias.

PRIMEIRA HIERARQUIA:

É formada pelos Santos Anjos que estão em íntimo contato com o CRIADOR. Dedicam-se a Amar, Adorar e Glorificar a DEUS numa constante e permanente frequência, em grau bem mais elevado que os outros Coros: Serafins, Querubins e Tronos.

SERAFINS: O nome ¨seraph¨ deriva do hebreu e significa ¨queimar completamente¨. Segundo o conceito hebraico, o Serafim não é apenas um ser que ¨queima¨, mas ¨que se consome¨ no amor ao Sumo Bem, que é o nosso DEUS Altíssimo.

Na Sagrada Escritura os Santos Anjos Serafins aparecem somente uma única vez, na visão de Isaias: (Is 6,1-2)

QUERUBINS: São considerados guardas e mensageiros dos Mistérios Divinos, com a missão especial de transmitir Sabedoria. No início da criação, foram colocados pelo CRIADOR para guardar o caminho da Árvore da Vida.(Gn 3,24) Na Sagrada Escritura o nome dos Santos Anjos Querubins é o mais citado, aparecendo cerca de 80 vezes nos diversos livros. São também os Querubins os seres misteriosos que Ezequiel descreve na visão que teve, no momento de sua vocação: (Ez 10,12). Quando Moisés recebeu as prescrições para a construção da Arca da Aliança, onde o SENHOR habitou, o trono Divino foi colocado entre dois Querubins: (Ex 25,8-9.18-19) Estas considerações atestam que os Querubins são conhecedores dos Mistérios Divinos.

TRONOS: Acolhem em si a Grandeza do CRIADOR e a transmitem aos Santos Anjos de graus inferiores. São chamados ¨Sedes Dei¨ (Sede de DEUS). Em síntese, os Tronos são aqueles Santos Anjos que apresentam aos Coros inferiores, o esplendor da Divina Onipotência.

SEGUNDA HIERARQUIA:

São os Santos Anjos que dirigem os Planos da Eterna Sabedoria, comunicando aqueles projetos aos Anjos da Terceira Hierarquia, que vigiam o comportamento da humanidade. Eles são responsáveis pelos acontecimentos no Universo. Esta Hierarquia é formada pelos seguintes Coros de Anjos: Dominações, Potestades e Virtudes.

DOMINAÇÕES: São aqueles da alta nobreza celeste. Para caracteriza-los com ênfase, São Gregório escreveu:

¨Algumas fileiras do exército angélico chamam-se Dominações, porque os restantes lhe são submissos, ou seja, lhe são obedientes¨. São enviados por DEUS a missões mais relevantes e também, são incluídos entre os Santos Anjos que exercem a ¨função de Ministro de DEUS¨.

POTESTADES: É o Coro Angélico formado pelos Santos Anjos que transmitem aquilo que deve ser feito, cuidando de modo especial da ¨forma¨ ou ¨maneira¨ como devem ser feitas as coisas. Também são os Condutores da ordem sagrada. Pelo fato de transmitirem o poder que recebem de DEUS, são espíritos de alta concentração, alcançando um grau elevado de contemplação ao CRIADOR.

VIRTUDES: As atribuições dos Santos Anjos deste Coro, são semelhantes aquelas dos Santos Anjos do Coro Potestades, porque também eles transmitem aquilo que deve ser feito pelos outros Anjos, mas sobretudo, auxiliam no sentido de que as coisas sejam realizadas de modo perfeito. Assim, eles também têm a missão de remover os obstáculos que querem interferir no perfeito cumprimento das ordens do CRIADOR. São considerados Anjos fortes e viris. Quem sofre de fraquezas físicas ou espirituais, deve invocar por meio de orações, o auxílio e a proteção de um Santo Anjo do Coro das Virtudes.

TERCEIRA HIERARQUIA:

É formada pelos Santos Anjos que executam as ordens do Altíssimo. Eles estão mais próximos de nós e conhecem a fundo a natureza de cada pessoa que devem assistir, a fim de poderem cumprir com exatidão a Vontade Divina: insinuando, avisando ou castigando, conforme o caso. Esta Hierarquia é formada pelos: Principados, Arcanjos e Anjos.

PRINCIPADOS: Os Santos Anjos deste Coro são guias dos mensageiros Divinos. Não são enviados a missões modestas, ao contrário, são enviados a príncipes, reis, províncias, Dioceses, de conformidade com o honroso título de seu Coro.

No livro de Daniel são também apresentados como protetores de povos: (Dn 10,13) Significa dizer, que são aqueles Anjos que levam as instruções e os avisos Divinos, ao conhecimento dos povos que lhe são confiados.

Porém, quando esses mesmos povos recusam aceitar as mensagens do SENHOR, os Principados transformam-se em Anjos Vingadores, e derramam as taças da ira Divina sobre eles, de forma a reconduzi-los através do castigo e da dor, de volta ao DEUS de Amor e Misericórdia que eles abandonaram propositalmente.

ARCANJOS: A ordem tradicional dos Coros Angélicos coloca os ¨Arcanjos¨ entre os ¨Principados¨ e os ¨Anjos¨. Pelas funções que desempenha, acreditamos que ele deve estar colocado no mais alto Coro dos Santos Anjos. Gabriel também é chamado de Arcanjo, e da mesma maneira que Miguel, através das páginas da Sagrada Escritura, vê-se que é conhecedor dos mais profundos Mistérios de DEUS, inclusive foi Gabriel quem Anunciou a MARIA que Ela estava cheia de graças e tinha sido escolhida pelo CRIADOR, para MÃE DE DEUS. Por outro lado, também Rafael é denominado pela Igreja como um Arcanjo. A respeito de Rafael, no Livro de Tobias, ele mesmo confirma que está diante de DEUS:

¨Eu sou Rafael, um dos sete Anjos que estão sempre presentes e tem acesso junto à Glória do SENHOR¨. (Tb 12,15)

ANJOS: Os Santos Anjos recebem as ordens dos Coros superiores e as executam. Outro aspecto que não pode ser esquecido, é o fato de que os Santos Anjos, guardadas as devidas proporções, estão mais perto da humanidade e por assim dizer, convivendo conosco e prestando um serviço silencioso mas de valor incomensurável à cada pessoa. O CRIADOR inspirou o escritor sagrado no Livro Êxodo, da Bíblia Sagrada:

¨Eis que envio um Anjo diante de ti, para que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que tenho preparado para ti. Respeita a sua presença e observa a sua voz, e não lhe sejas rebelde, porque não perdoará a vossa transgressão, pois nele está o Meu Nome. Mas se escutares fielmente a sua voz e fizeres o que te disser, então serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários¨. (Ex 23,20-22)

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Léo Medeiros - Coronel PM/RR e cidadão cuiabano

Novos paradigmas, ora quá! 07/08/2008

Willian Andrew, que trabalhou na reestruturação da polícia de Nova York, declarou durante uma entrevista para a Revista Época que para alcançar resultados positivos era necessário investir no policial e melhorar a gestão.

Uma organização que no terceiro milênio não possui plenamente definidos e operacionalizados a sua MISSÃO, os seus VALORES e a sua VISÃO DE FUTURO está condenada ao fracasso.

Cabe destacar que as instituições policiais têm as suas MISSÕES definidas na Constituição Federal, porém precisam estabelecer os seus VALORES INSTITUCIONAIS e definir a sua VISÃO DE FUTURO.

Quais são os VALORES das instituições policiais?

Qual é a VISÃO DE FUTURO destas instituições?

A GERÊNCIA da Polícia ao sabor dos interesses da cada governante, compromete o desenvolvimento da Instituição, não implementa mudanças, fica preso a arcaicos paradigmas e acaba por repetir estratégias erradas, considerando que desviamos o FOCO, comprometendo todo o processo.

Dias atrás eu compareci a uma empresa particular e logo na entrada, tive a oportunidade de ler em um cartaz os VALORES da empresa:

VALORES:

- HUMANIZAÇÃO - Tratar todo cliente com respeito, prevalecendo a generosidade e a solidariedade na relação.

- CREDIBILIDADE – Construir relações verdadeiras com todos os clientes, através da confiança e da transparência.

- ÉTICA – Praticar conduta moral, humana e profissional despertando o orgulho de trabalhar na empresa.

-FOCO NO CLIENTE – Fazer com que o cliente se sinta sempre importante e especial.

-COMPROMETIMENTO – Agir consciente de que a participação de cada um é fundamental para o sucesso do negócio.

-RECONHECIMENTO – Valorizar a contribuição individual nos resultados com senso de justiça e celebrando o sucesso.¨

Uma rápida leitura nos permite identificar claramente que a empresa cultua VALORES focados no SUCESSO da EMPRESA, nos FUNCIONÁRIOS e nos CLIENTES.

Os FUNCIONÁRIOS são colaboradores para o sucesso da EMPRESA.

Fazendo um paralelo com a atual política de segurança pública implementada em Mato Grosso, percebemos que existe uma preocupação com o SUCESSO POLÍTICO, porém o FOCO não tem sido o CLIENTE e muito menos o FUNCIONÁRIO.

O CLIENTE - o cidadão - parece estar se transformando mais em vítima da ¨política¨ de segurança do que em CLIENTE dessa segurança pública, que deveria estar voltada para a proteção da vida, acima de tudo.

O FUNCIONÁRIO – o Policial - cada vez mais esquecido pelo poder político, recebe um salário famélico que o obriga a procurar outro emprego para garantir o sustento de sua família. Ele trabalha em duas ou mais EMPRESAS e na maioria das vezes a EMPRESA PÚBLICA – Polícia – vira o ¨bico¨.

O FUNCIONÁRIO – o Policial – desgastado física e emocionalmente, totalmente desmotivado, não consegue interagir corretamente com o CLIENTE.

Refém de uma ¨política¨ equivocada VITIMIZA O CLIENTE e VITIMIZA A SI PRÓPRIO, considerando que a ele todas as culpas e todas as penas legais.

Sr Governador, Srs Administradores da Segurança Pública em MT releiam os VALORES da empresa antes citada e analisem como a ¨política¨ de segurança pública trata os CLIENTES e os FUNCIONÁRIOS.

Como trata os POLICIAIS e os CIDADÃOS.

O resultado só poderia ser um, o fracasso da EMPRESA.

Concluindo, a GESTÃO está totalmente equivocada!

Novos PARADIGMAS, ORA QUÁ!

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Léo Gonsaga Medeiros - Cel PM RR

Trânsito = falta de educação 10/10/2007

Infrações de trânsito em Cuiabá ?

Cruzamento fechado, gente pisando no acelerador e passando no sinal vermelho, causando risco de acidentes, estacionando em local proibido,fechando cruzamento; fazendo ultrapassagens perigosas; parando em plena via, ¨mas é bem rapidinho¨... etc. etc....

Quarta-feira, quase 11hs e 30min.

Um caminhão atravessado na avenida XV de Novembro interrompe a pista que segue em direção a Várzea Grande.

O trânsito, que até então fluía sem problemas, pára. O motorista quer dar a ré para estacionar e descarregar no “Atacadão”, uma fila de carros se forma atrás dele.

Um Gol, táxi, estacionado em local proibido, encostado na esquina, diminui o espaço da manobra, o motorista é profissional há 20 anos, tem que agüentar as buzinas e os xingamentos. ¨Sai daí, seu burro!¨, gritam do ônibus.

Em alguma sala de aula da UNIC, um estudante, infrator, estaciona no ponto de ônibus e nem desconfia da confusão que armou.

O flanelinha confirma, o carro é de um estudante, mas ele, o vigia, ¨não tem nada a ver com aquilo¨.

O trânsito de Cuiabá padece com a má educação dos motoristas.

As infrações pioram os congestionamentos nos horários de pico e colocam à prova até quem tem a paciência de Jó.

Um cruzamento fechado pode invalidar o tempo de um semáforo verde.

Um carro parado na pista na hora do rush, especialmente numa avenida como a “Prainha”, interrompe o fluxo dos veículos para além daquele quarteirão.

¨Não tem como mensurar, mas o comportamento egoísta compromete muito a fluidez e a segurança do trânsito¨, diz um conhecido, engenheiro de tráfego da SMTU.

Uma conversão proibida, além de bloquear o trânsito, por mais ¨rapidinha¨ que seja, pode provocar uma colisão do veículo que vem atrás e é pego de surpresa pela freada brusca.

João de tal, 34, estaciona uma enorme carreta, em plena Getúlio Vargas, com trânsito intenso, às 8 horas, para descarregar a entrega da loja Riachuelo.

O estabelecimento, está em local impróprio para o evento de carga e descarga, típico daquele comércio.

Uma senhora, fecha o cruzamento na rua 13 de junho com Generoso Ponce.

¨Estou em cima da hora, se deixo espaço, os carros não respeitam minha preferencial e na minha vez de seguir fico presa¨.

Para não ser sabotado, o motorista sabota antes.

E todo mundo tem uma desculpa pronta.

Essa lógica individualista não é só do infrator, é a lógica que estamos vivendo hoje.

Temos que ser primeiro lugar em tudo.

“A sociedade reforça a idéia de que, se você está se livrando, tudo bem¨, diz a psicóloga Gislene Macedo, que estudou o comportamento do motorista em sua tese de doutorado.

Dentro do carro, disputando espaço com outros veículos e correndo contra o tempo, o individualismo se escancara, muitas vezes com agressividade.

Um cidadão ¨do bem¨, solícito e calmo, pode se descontrolar dirigindo.

¨Estudos apontam que a mecânica do carro vira uma extensão das nossas forças físicas. Você transpõe barreiras que a pé não conseguiria e isso dá uma sensação de poder. Mistura estresse com poder, já viu¨, diz Gislene.

Falta gentileza e sobra egoísmo.

Respeito e educação, aliás, se podem mudar um País, podem fazer milagres no trânsito.

Enquanto faço estas reflexões, ouço um grito estridente, é uma senhora de aparência vetusta, “dialogando” com um taxista.

- Barbeira é a mãe!

Tem alguma coisa difícil de quebrar no comportamento dos motoristas em Cuiabá.

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*Léo Gonsaga Medeiros é Cidadão Cuiabano

Assino junto 08/09/2007

O 1º Tenente R/2 Infantaria Carlos Luiz Rodrigues Pitta resolveu partir para a guerra contra o comandante Nelson Jobim.

Tanto que o militar da reserva não remunerada do EB mandou um ofício ao ministro da Defesa, com um seguinte teor bélico:

Através da imprensa, tomei conhecimento que V.Exa. compareceu à solenidade militar envergando uniforme com insígnias de General de Exército, não sendo V.Exa. oficial-general.

Como antigo oficial da Polícia do Exército, aprendi que ¨uma vez PE, sempre PE¨, cumpro com meu dever, a saber:

Conforme é de conhecimento de V.Exa. por se tratar de pessoa de ¨notório saber jurídico¨, exigência para todos aqueles que fazem parte ou fizeram do STF, foi cometido ato que fere o direito militar com tal atitude (Art. 172 do CPM: ¨Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha direito: Pena - detenção, até seis meses.¨).

Causa-me espécie, que nenhum dos militares presentes, incluído o Exmo. Sr. Comandante do Exército, tenha cumprido com o seu dever conforme determina o Art. 243 do CPPM (¨Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito.¨).

Pela imprensa também, tomei conhecimento que V.Exa. na oportunidade do lançamento da publicação “Direito à memória e à verdade” em discurso declarou: ¨Não haverá indivíduo que possa a isto reagir, e se houver, terá resposta.” Conforme me garante a Constituição da República Federativa do Brasil, estou reagindo à citada publicação! Assim sendo estou aguardando sua resposta. Só me permito lembrar a V.Exa. que sendo Oficial R/2 e tendo servido na Polícia do Exército, se V.Exa. optar por dar a resposta pessoalmente não reincida envergando peça de uniforme militar brasileiro, pois não faltarei com o meu dever de dar a V.Exa. voz de prisão.

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*LÉO GONSAGA MEDEIROS É OFICIAL R2 DE ENGENHARIA

Lei de trânsito? Para o que serve mesmo? 07/09/2007

Apesar da estrutura legislativa rígida, brasileiro não tem o hábito de cumprir as leis.

“Regra de direito ditada pela autoridade estatal e tornada obrigatória para manter, numa comunidade, a ordem e o desenvolvimento”. Esta é a definição de “lei” dada pelo dicionário Aurélio.

As leis são o que garantem uma sociedade segura e pacífica, na qual os direitos coletivos e individuais são respeitados. Sem elas, cada pessoa agiria de acordo com seus próprios conceitos e idéias.

Mesmo em uma sociedade organizada, há desentendimentos e conflitos entre os cidadãos. E é a lei que deve proporcionar uma maneira de resolver tais conflitos, pacificamente.

O Brasil é um exemplo de país com um sistema legislativo bem elaborado e rígido. Pela ótica simplista de uma criança, deveria ser um país sem muitos conflitos. No entanto, o que se vê é um descaso do brasileiro com as leis que regem o País. As próprias autoridades, responsáveis por elaborar e validar as leis, não dão o exemplo.

Prova disso são as denúncias de crimes e corrupção publicadas diariamente pelos meios de comunicação.

Mas, por que o brasileiro é capaz de fazer boas leis e não é capaz de cumpri-las?

De acordo com o sociólogo Roberto DaMatta, a principal causa é que o brasileiro acha que o Estado pode e deve resolver todos os problemas. “É muito mais fácil fazer uma lei do que analisar o que está errado e tentar mudar o comportamento.

A tendência é pensar que a mudança está dentro da lei e não dentro das pessoas. Se a lei não estiver internalizada, ela não será cumprida. Se me flagrarem, aí é outra história”, diz.

O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é um exemplo de legislação moderna, considerada de Primeiro Mundo, mas que ainda está longe de ser efetivamente cumprida.

Transcorridos dez anos de sua implementação, apesar de vários avanços, ainda são poucas as crianças que são transportadas corretamente em cadeirinhas ou assentos de segurança, poucas pessoas usam o cinto de segurança no banco traseiro do veículo, muitos pais continuam entregando as chaves do carro para o filho sem carteira de habilitação e centenas de motoristas ainda dirigem embriagados, avançam o sinal vermelho e falam ao celular enquanto dirigem, entre outras infrações registradas diariamente nas ruas e estradas.

As falhas no cumprimento no Código dizem respeito à falta de um sistema de fiscalização mais intensivo e de uma consciência do brasileiro de que deve respeitar as regras para que o trânsito seja um ambiente mais seguro.

Além disso, alguns capítulos do CTB não chegaram a sair do papel ou não funcionaram na prática.

O que trata da educação, que deveria estar inserida no currículo escolar como disciplina ou tema transversal, nunca chegou a ser alvo de interesse do Ministério da Educação.

A municipalização se revelou um fracasso, uma vez que as prefeituras não têm recursos para arcar com seus custos.

A implantação da Inspeção Técnica Veicular já foi bastante discutida e até anunciada, porém também não teve êxito.

“O Código não consegue dar o resultado esperado porque a máquina do governo não dá prioridade ao assunto e os órgãos executivos de trânsito, incluindo o Denatran, não conseguiram se estruturar para fazer a sua parte, não houve o treinamento e a preparação necessários para a efetiva implementação da lei”, afirma Kazuo Sakamoto, um dos especialistas em trânsito que participou da elaboração do pré-projeto do CTB.

Na sua avaliação, um dos itens mais necessários para garantir a segurança no trânsito o cumprimento do Código é um sistema de fiscalização mais intensivo.

Há anos, os americanos dizem que os problemas de trânsito se resolvem com os três E(s): Educação, Engenharia e Enforcement.

No Brasil, a educação para o trânsito vive de iniciativas isoladas.

A engenharia é precária, com sinalização deficiente, ruas e estradas inseguras e projetadas exclusivamente para o motorista. Pedestres, ciclistas e pessoas com dificuldade de locomoção são negligenciadas.

O terceiro E, enforcement, significa a lei e sua aplicação, que também é negligenciado.

“Renovamos o Código e modernizamos vários aspectos. Mas o Estado não faz a outra parte do enforcement que é a aplicação da lei. Fiscaliza mal. Uma multa deve coibir por um lado e educar por outro.

A pessoa que comete uma infração recebe a notificação um mês depois, quando já não se lembra mais que situação foi aquela.

Os responsáveis por fiscalizar o trânsito também enfrentam dificuldades na hora de fazer o cidadão a cumprir a lei. A primeira delas é que o motorista tem resistência em mudar seus hábitos no trânsito; acredita que não tem problema ficar sem o cinto de segurança e que dirige ainda melhor depois de tomar uma cerveja. Outros alegam que não cumprem as regras por falta de conhecimento.

E, ainda, tem aqueles que dirigem como se a via pública fosse um espaço particular e que todos os outros motoristas estão atrapalhando seu caminho.

O motorista que está acostumado a descumprir a legislação só vai se dar conta de que seu comportamento está errado quando for parado em uma blitz ou se envolver em um acidente grave.

É muito difícil mudar o comportamento do motorista adulto, que já está acostumado a cometer infrações. Ele sempre tenta terceirizar a responsabilidade, transferindo sua culpa para o município, que cria dificuldades, ou para o policial,ou para o agente de trânsito que o persegue e não respeita o momento difícil que está atravessando.

Sabemos que a única forma de tentar mudar o comportamento desse motorista é com a aplicação rigorosa da lei, por meio de blitz e punição.

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Léo Gonsaga Medeiros é Cidadão Cuiabano

Cúmplices do sangue no asfalto 18/08/2007


Outro dia, falei na Rádio Cultura sobre o número real de infrações de trânsito cometidas diariamente - que é muito maior do que o número de ¨autos de infração¨ (multas...).

Ultrapassagens imprudentes, estacionamentos irregulares, invasões de faixa de pedestres, conversões proibidas, etc.

“Aqui em Cuiabá, os motoristas são extremamente educados, dão passagem ao pedestre assim que ele põe o pé na faixa, param onde existe uma placa de ¨Pare¨, não tentam ultrapassar todos que estão à sua frente, estacionam nos locais permitidos, trafegam no limite da velocidade estabelecida na via e o trânsito flui numa boa, sem estresse.”

OOOPS! Acordei.

Aqui na terra de Rondon, em breve, as leis da Física se farão notar na marra.

Ao contrário do que diz a propaganda, não existe a mais remota possibilidade de que, nos próximos cinco anos, cada cidadão do Município apto a possuir um automóvel, realmente passe a tê-lo.

O imaginário popular ainda associa status com automóvel.

Mas não só status.

Individualismo.

Ausência de regras.

Cada um por si.

O outro é um inimigo.

Essa estória de Estado mínimo apenas reforçou a hipocrisia de certos cidadãos, que vociferam contra a intromissão estatal em assuntos que, em tese, não lhe competiriam.

Os chatíssimos e criminosos movimentos : ¨contra os radares¨, “xô multas”, e outros, que contam com a desinformação e a ignorância do povo sobre o assunto, servem como exemplo.

Eles falam em nome de si próprios. Mentem deslavadamente.

Enquanto vociferam injurias a torto e a direito, morrem diariamente homens e mulheres.

Tais movimentos ¨pró-cidadania¨ gostam de se imaginar como ativistas da liberdade, mas não vão muito longe.

É só verniz.

São um bando de irresponsáveis.

Cúmplices do banho de sangue diário na calçada, nas ruas, no asfalto.

Tornou-se comum ouvir o cacarejar contra a suposta ¨indústria da multa¨; cuja finalidade seria única e exclusivamente multar o motorista ingênuo, de boa-fé e além de tudo de possuidor de caráter exemplar.

Uma vítima da tirania da Prefeitura, pelas mãos de seus terríveis prepostos, os ¨amarelinhos¨.

Esses ¨xerifes de Nothingham¨ não possuem o menor escrúpulo !!!

Ao menor erro do “cidadão de bem”, motorizado, uma pequenina desatenção, e, lá vem o fascista empunhando o nefasto bloco:

- Por favor, senhor... Pode sair de cima dessa senhora?

- Não senhor, a calçada é uma faixa a mais para a circulação de automóveis...(?)

- Como assim, ¨não fez nada¨? Isso aí é a faixa de pedestres. E esse é o meu pé!

- O senhor pode ser daltônico ou o que for, mas não lhe passou pela cabeça que, no semáforo, a cor de cima significa ¨PARE¨?

- Sabe esse círculo de metal preso no alto deste poste, bem em frente ao seu carro?

Sim, esse que consiste na letra ¨E¨ de cor preta, num fundo branco, tendo em sua volta uma borda vermelha e uma faixa diagonal também em vermelho??

Esses “amarelinhos” não educam, só sabem multar o inocente cidadão.

Em primeiro lugar, uma autoridade de trânsito que tem constrangimento em multar não deveria ser autoridade de trânsito.

É, também, oportuno lembrar que todo o processo educativo, necessariamente, deve conter limites e estes fiscalizados.

Portanto, a obrigação legal de fiscalizar o descumprimento do Código de Trânsito Brasileiro, faz parte do processo educativo.

São tantas e tão acintosas as tragédias no trânsito que quase se diria que o respeito à vida e à integridade física é a exceção e não a regra.

Com exceção é o dolo eventual e a regra e a culpa consciente.

Mas todos pressentem ou sabem que o futuro “dessepaíz” está seriamente comprometido se esse estado de coisas perdurar.

São milhares e milhares de mortos e mutilados, vítimas dos delitos de trânsito.

São milhões de gastos públicos na recuperação dos mutilados.

A impunidade não pode continuar.

Trata-se de uma inviabilidade e um desrespeito à lei, defender primeiramente o processo educativo que é permanente e não tem fim para só depois multar.

Este tipo de marketing eleitoral é nefasto, supre-se da tragédia das famílias, muitas compostas de eleitores dos profetas do caos.

É preciso avançar, progredir, mas nunca, sobre a ruína de todas as tragédias.

Tenho dito!

...

Léo G. Medeiros, sob as bênçãos do Espirito Santo Paráclito

Laxismo midiático 15/07/2007

O automóvel não é apenas um meio de transporte.

É também um fator de socialização.

Quando utilizado indevidamente, conduz ao autismo, à violência e ao crime, pode tornar-se uma arma letal, no interior da qual o condutor perde a sua consciência social quando se deixa dominar por sensações de prazer e risco.

A impunidade, a falta de civismo, o autismo anti-social domina as ruas brasileiras e cuiabanas.

O Excelentíssimo Senhor Deputado Sérgio Ricardo desenvolve raciocínios em que pretende “desresponsabilizar” o condutor, culpando as vias, a sinalização, a má fiscalização ou o mau funcionamento da Autoridade Municipal, diga-se os ¨amarelinhos¨.

O que presenciamos diariamente é uma guerra civil nas ruas e estradas brasileiras, com milhares de mortos a cada mês, tendo em conta a irresponsabilidade bovina dos maus motoristas.

Sou testemunha, diariamente, do imenso vazio de cidadania que se manifesta no trânsito de nossa cidade.

Parecemos esquecer que cada um de nós é portador de uma dignidade que não se vende, não se transfere e não se abdica.

A tradição bíblico-cristã resgata esta dignidade no fato de termos sido criados à imagem e semelhança de Deus, para amar, filhos do mesmo Pai, membros de uma fraternidade sem fronteiras de povo, raça e nação.

A Declaração Universal dos Direitos do Homem afirma esta dignidade em variados aspectos, como base da liberdade, da justiça e da paz.

Como membro da sociedade, a pessoa tem a obrigação de contribuir para o bem comum ou o bem de todos, ainda que lhe custe a renúncia aos seus interesses particulares; assim toca-lhe o dever de pagar seus impostos, de respeitar as leis de trânsito, do comércio, de eleger seus governantes...

Uma vez cumpridos os deveres de cidadão a pessoa conserva a liberdade para atender a seus interesses particulares.

Como membro de um parlamento, o cidadão tem o dever ético e moral de não afrontar seus eleitores com despautérios midiáticos ; ainda, de não escudar-se em inteligências mesquinhas ou em usurpar as verdades, suprindo-as por sua própria e figadal interpretação.

Falemos do laxismo penal e vou me socorrer dos escritos do Delegado de Polícia Federal no Amapá , Sérgio Luiz Queiroz Sampaio da Silveira.

“Laxismo Penal é a tendência a propor solução absolutória, mesmo quando as evidências do processo apontem na direção oposta, ou a aplicação de punição benevolente, desproporcionada à gravidade do delito, às circunstâncias do fato e à periculosidade do infrator, tudo sob o pretexto de que, vítima do esgarçamento do tecido social ou de relações familiares deterioradas, o delinqüente se sujeita, quando muito, à reprimenda simbólica, desconsiderando, absolutamente, o livre-arbítrio na etiologia do fenômeno transgressivo.

O Laxismo Penal é orientação doutrinária visceralmente em desacordo com os textos clássicos e modernos sobre direitos fundamentais do ser humano.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, inserta na Constituição Francesa, de 1795, proclamava, já no artigo primeiro, que ¨os direitos do homem em sociedade são a liberdade, a igualdade, a segurança, a propriedade¨, acrescentando que ¨a segurança resulta do concurso de todos, para assegurar os direitos de cada qual¨ (art. 4º).

Já a Constituição Francesa de 1791, nas Disposições Fundamentais, contidas em seu Título Primeiro, consignava que ¨a liberdade nada mais é do que o poder de fazer tudo o que não prejudica os direitos alheios ou a segurança pública¨.

Digo e reafirmo, ao contrário do ínclito Deputado, que as ações para a redução das vítimas no trânsito, não devem orientar-se pelo caráter do laxismo, da impunidade e principalmente pela anomia governamental.

Preencha, Sr. Deputado, com propostas altruístas, o vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos e aí poderá dizer: - Eu Fiz !

...

Léo Gonsaga Medeiros é Cidadão Cuiabano

Notícia inverídica e mentirosa 19/06/2007


NO FINAL DO TEXTO OS SENHORES ENCONTRARÃO A MENTIROSA NOTÍCIA, ¨COM CERTEZA¨ PRODUZIDA POR ALGUMA ASSESSORIA DE IMPRENSA PESSOAL.

FALO SOBRE AS MODIFICAÇÕES DO TREVO DO COXIPÓ.

A MODIFICAÇÃO FOI FEITA POR IMPOSIÇÃO DO SECRETÁRIO DE TRANSITO E TRANSPORTE A MANDO DO PREFEITO WILSON; EM NENHUM MOMENTO FUI CONSULTADO E SE FOSSE SERIA RADICALMANTE CONTRA; SEI CLARAMENTE QUE NÃO SE FAZ EXPERIÊNCIAS COM VIDAS HUMANAS.

TENHO DOCUMENTOS QUE PROVAM A MENTIRA PUBLICADA;

TENHO A ORDEM IMPOSITIVA DO SECRETÁRIO OSCAR, QUE DE PUNHO PRÓPRIO DETERMINOU A MODIFICAÇÃO;

TENHO COMIGO DOCUMENTO TÉCNICO CONDENANDO A ¨EXPERIÊNCIA¨;

QUEM DETERMINOU O DESLIGAMENTO DOS SEMÁFORS O FEZ SABENDO DOS GRAVES RISCOS QUE PODERIAM OCORRER.

A ORDEM FOI DADA DE MANEIRA IRRESPONSÁVEL, COM RECEIO ILEGÍTIMO DE CONTRARIAR O NOSSO PREZADO ALCAIDE.

¨ABRA O OLHO COMPANHEIRO!¨

O MEDO DE PERDER A BOQUINHA PARA O ¨DEM¨ ESTÁ FAZENDO COM QUE OS ¨CONSELHEIROS¨ DO GALINHO ATUEM SOMBRIAMENTE, REPASSANDO INFORMAÇÕES INÚTEIS E O LEVANDO A GLORIFICAR OBRAS EIVADAS DE ERRO TÉCNICOS E QUE ATENDEM PRIMORDIALMENTE OS INTERESSES DOS PARTICULARES, RELEGANDO AO FUNDO DO POÇO O INTERESSE PÚBLICO.

PASSEI O DIA DE HOJE (ONTEM) TENTANDO FALAR COM O SR. PREFEITO, PARA DEMOVÊ-LO DE SUA VISÃO MESSIÂNICA DA ¨RÓTULA DO COXIPÓ¨; QUE O DIGAM SEUS ¨ACESSORES¨ DE GABINETE.

¨TIRO N´ÁGUA¨

VALI-ME, GRAÇAS AO ¨G.A.D.U.¨ DO ÍNCLITO OUVIDOR, QUE INTERMEDIOU MINHAS ANGÚSTIAS, ABRANDANDO A IRA SATÂNICA QUE ME TOMAVA.

ESTIVE NO LOCAL, SOU TESTEMUNHA OCULAR, DO FAMOSO TREVO DO COXIPÓ, HOJE, 18 DE JUNHO, ENTRE AS DOZE ÀS DEZENOVE HORAS; REPASSO AGORA OS MILHARES DE ¨PUTAS QUE OS PARIU¨ QUE OUVI AO LADO DOS ¨AMARELINHOS¨.

AOS EMINENTES AUTORES DA MALFADADA IDÉIA, DIVIDO OS PALAVRÕES; RECEBAM PELO ETÉREO ESPAÇO, O ODOR MEFÍTICO DAS MANIFESTAÇÕES DOS MUNÍCIPES.

MAS, SEMPRE TEM UMA LUZ NO FUNDO DO TÚNEL, PARECE-ME QUE OS DEUSES ESTÃO DE PLANTÃO E POR INTERFERÊNCIA OU INTERVENÇÃO DE SÃO BENEDITO, AINDA NO DIA DE AMANHÃ ¨A COISA¨ SERÁ RESOLVIDA.

POR FIM, HERETICAMENTE, SUJEITO A GUILHOTINA, ATREVO-ME A ACONSELHAR UM PROFESSOR DE HISTÓRIA, VOLTE A LER PÉRICLES, O PRINCIPAL LÍDER DO PARTIDO DEMOCRÁTICO DE ATENAS.

NASCIDO EM 495 A.C., EM MEIO A UMA FAMÍLIA DA NOBREZA ATENIENSES, DESCENDENTE DO LÍDER REFORMISTA CLÍSTENES, RESPONSÁVEL PELA INTRODUÇÃO DA MAIORIA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS, DURANTE A REVOLUÇÃO DE 510 A.C., PÉRICLES CONSAGROU-SE COMO A MAIOR PERSONALIDADE POLÍTICA DO SÉCULO 5 A.C..

A PRESENÇA DELE FOI TÃO MARCANTE, QUE A ÉPOCA EM QUE ELE VIVEU DENOMINOU-SE DE O SÉCULO DE PÉRICLES.

ELEITO E REELEITO VÁRIAS VEZES COMO ESTRATEGO-CHEFE (STRATEGOS-ARCONTE), ELE ACUMULOU A CHEFIA CIVIL E A LIDERANÇA MILITAR DA CIDADE, FAZENDO COM QUE APENAS ALCANÇASSE A MAIOR PROJEÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA E CULTURAL EM TODA A SUA HISTÓRIA.

SIM, PROFESSOR WILSON, LEIA PÉRICLES E ESQUEÇA O CHÁVEZ.

DE UM SEU IRMÃO.

*LÉO GONSAGA MEDEIROS, CIDADÃO CUIABANO E AINDA DIRETOR DE TRÂNSITO DA SMTU

O trânsito não admite bazófias 05/06/2007

“Aonde nós vamos, cara?”

“Não sei, temos que ir.”

Jack Kerouac (On the Road)

Parece que o trânsito não é um problema que deva ser resolvido.

Ele é uma eterna e insolúvel questão de como nós, estranhos, podemos nos locomover juntos.

O trânsito medeia as nossas relações, e, muitas vezes transforma o espaço urbano em prejuízo da escala humana.

Na história, somente a religião influenciou tanto o ordenamento urbano físico quanto o trânsito automotor.

Em um acidente, quando não feridos ou mortos, somos de qualquer maneira lançados à margem.

Paramos o trânsito, atrapalhamos o fluxo; pegos de surpresa, nos tornamos vulneráveis.

A nossa carcaça, a qual nos habilitava a participar do jogo de ir-e-vir não pode continuar.

Eu, tu, ele, nós, estamos fora.

Fica a desídia, a mesquinhez, a pusilanimidade.

São milhares de mortos em acidentes de trânsito, por ano, no Brasil, na nossa cidade.

Todas as premissas físicas de uma cidade tradicional desapareceram: circulação contínua para pedestres, espaços habitáveis de domínio público, sucessão de detalhes arquitetônicos nos prédios e ruas – portais, entradas emolduradas, peitoris, alpendres, bancos, árvores e tudo mais.

Alargar as pistas para diminuir os congestionamentos parece ser um esforço inútil, pelo descompasso entre a possibilidade de resolver as tensões da ocupação do espaço, a construção e o número de automóveis, que cresce, sem regulamentação, na mesma taxa de crescimento da renda média dos moradores da cidade.

O Banco Mundial calcula que para cada 1% de crescimento na renda média da população haja 1% de crescimento no número de veículos urbanos e 0,1% de extensão das estradas.

O trânsito motor individualizado foi uma resposta imediata às necessidades de locomoção do início do século XX, mas constituiu um dos grandes fracassos desse período, do qual não conseguimos nos livrar.

Ele veio provocar o caos urbano, a morte, a poluição do ar e sonora, a morte, a crise do combustível, a morte e a destruição da cidade como até então ela era entendida.

O carro não é só uma máquina de deslocamento, mas um veículo libertador que potencializa a nossa inquietação e oferece aos nossos pés um catalisador poderoso: a velocidade.

Com ela fragmentamos a realidade e embriagamos os sentidos.

Deixamos de ser homens com batidas por minuto para sermos “drag-ciber-mecânicas” movidas a quilômetros por hora, enquanto o mundo passa lá fora em imagens distorcidas.

É certo que cada cidade cada cidade tem o número de vítimas por acidentes de trânsito que está disposto a tolerar.

Em Cuiabá quantas vítimas mais?

“Aonde nós vamos, cara?”

Com a palavra o nosso galínático burgomestre e os nossos sorumbáticos edis.

Mas, respondam-me sem nenhuma bazófia peristáltica.

...

Léo Gonsaga Medeiros é cidadão cuiabano

O Coliseu de Roma e o Kolizeu do Verdão 25/05/2007

BOTOCUNDIA NEWS SPORT

Coliseu de Roma, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve seu nome à expressão do latim Coliseum, devido ao colosso de Nero, que ficava perto a edificação.

O Kolizeu, que uns trôpegos, iniciam a chamar de “montanha russa”, aviltando o verdadeiro nome “Aecim Tocantins” , fica ali perto do Verdão (um colosso em desuso, símbolo da falência do esporte bretão em Mato
Grosso.)

O Coliseu, uma exceção de entre os anfiteatros pelo seu volume e relevo arquitetônico, era um local onde seriam exibidos toda uma série de espetáculos, inseridos nos vários tipos de jogos realizados na urbe.

O Koliseu, será inaugurado “meio-acabado”, não se sabe a programação futura, recursos para terminação da obra, aproveitamento do entorno e do famoso impacto ambiental urbano.

No Coliseu, os combates entre gladiadores, entre estes e feras ou mesmo combates navais, inseridos no vasto movimento propagandístico romano, concedia uma especial relevância às características essenciais da cultura romana, dos valores morais greco-romanos instituídos e do verdadeiro “tesouro” composto pelas lendas e mitos daquela civilização.

O Koliseu servirá também, e, principalmente, para impacto propagandístico; rezaremos para que os governantes e administradores determinem seu uso para o benefício dos jovens, estimulando o esporte, a cultura e os valores morais, ainda existentes em nossa sociedade.

Antigamente, o Coliseu era ¨inundado¨ para treinos de guerra; era possível até praticar batalhas navais em seu interior.

Que o nosso Koliseu seja inundado de bons propósitos, que tenha boa cobertura, bons estacionamentos, boa iluminação, bom sistema de som, boa segurança...

Os romanos que construiram o Coliseu, possuíam notável conhecimento em arquitetura. O Coliseu tal como o nosso Koliseu é uma empresa colossal, aquele poderia abrigar no seu interior cerca de quarenta e cinco mil espectadores, este, onze mil em sua capacidade máxima.

Os construtores do nosso Koliseu.... bem, vá ao local das obras e confira; situe-se no anel superior, visualize a arena abaixo; incrível, fantástico, extraordinário; você não terá a visão completa da quadra.

Ué? Nada de ué, ô meu! Vá lá e confira.

Um estádio construído para receber assistentes, por defeito de projeto, do arquiteto ou do engenheiro(?) impede que pelo menos três mil tenham a visão completa da quadra; mas seu exterior é exuberante, obra para propaganda.

O Coliseu foi construído em mármore e pedra travertina, o nosso Koliseu com cimento e ferro.

A fachada do Coliseu compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricas, jónicas e coríntias: o nosso será decorado com as cores do partido e a emblemática “mão suástica”, marca do governo atual.

Assim como o Coliseu que tinha os assentos em mármore e os usuários eram divididos em diferentes classes sociais: o podium, para as classes altas; as maeniana, setor destinado à classe média; e os portici, ou pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres; assim será o nosso Koliseu: arquibancadas sem visão para a plebe ignara, cadeiras e tribunas para os capitalistas abastados.

Mas o nosso Koliseu, ao contrário do similar romano, similar (?), possui cobertura permanente, já aquele, o italiano, possuía as mísulas, que sustentavam o velarium, enorme cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores.

Que pobreza!

Mas, esqueça o dito antes, vá assistir aos jogos de inauguração, leve seu filho, sua filha, sua família, lá estarão presentes, no nosso Koliseu, alguns nobres representantes do que o Brasil produz de melhor; conheça os jogadores campeões mundiais e olímpicos.

O melhor da raça. Vale o sacifício.

Se quiser conhecer os piores vá a Brasília... Ops !

Ah!, não se esqueça: se quiser assistir realmente ao jogo, fuja do anel superior do nosso Koliseu; uma “obrinha” de uns vinte e poucos milhões de reais e alguns aditamentos.

Se não tiver jeito leve uma “televisãozinha” a pilha.

A construção concretiza o sonho de muitos mato-grossenses. O “Baiano” é o mestre da obra.

Sonhos?

Já ia me esquecendo, esta semana a incúria, o desrespeito e o descaso mataram os sonhos de uma equipe construída com sacrifícios; estão os atletas da equipe sub-17 de futsal de MT com profunda dor de respeito.

Plantaram sonhos naqueles jovens, fizeram-nos acreditar que eram capazes de vencer desafios e venceram.

Mas, tem sempre um maldito mas, tiraram-lhes a oportunidade, talvez a única para muitos deles de representar seu Estado em competição nacional.

Por uns míseros reais, condenaram os sonhos dos jovens atletas ao limbo da desesperança; ficaram em Mato Grosso, não viajaram por falta do prometido transporte.

O que restou?

A sobrevivência hoje porque para eles, sem sonhos, não existe o amanhã?

Não. Estes jovens não podem pensar que estão sós; eles têm que acreditar, hoje, que vai existir o amanhã com mais justiça.

As intempéries e os desafios fazem parte da vida, que pelo menos a lição sirva de bálsamo para cicatrizar a alma ferida.

Lembro que há muito tempo um homem com o apelido de Pelé, em estado de transcendência pelo milésimo gol, disse para todo mundo ouvir:

“Olhem pelas nossas crianças!”.

Esta lição o “Baiano” não aprendeu.

Que nos perdoem os jovens atletas pela incapacidade de nossos governantes.

Falei antes e errei na avaliação, não precisamos viajar para Brasília...

...

Léo Gonsaga Medeiros - Cidadão Cuiabano - Triste tarde da noite do dia 24 de maio de 2007

Viva a Fiscalização! 28/04/2007

De um artigo acadêmico de João Cucci Neto me fundamentei para lhes falar de trânsito.

“Senhor Diretor, só “furei” o sinal porque não tinha nenhum “Amarelinho” à vista!”. O autor da frase existe, é um senhor culto, acima do cinqüenta anos, bem situado financeiramente, é formador de opinião e coisa e tal...

Com o descarado argumento acima e brandindo furiosamente uma notificação (o famoso auto de infração), ofertava defesa contra o ato legítimo de um agente fiscal de trânsito.

Daí, fique imaginando, alguém, em uma festa puxando conversa, dando vivas a fiscalização. Nada seria mais eficiente para espantar as pessoas.

Não estou me referindo a qualquer tipo de fiscalização, mas especificamente à de trânsito; aquela que tem como objetivo alterar o comportamento das pessoas.

Existem tendências de comportamento que são próprias do ser humano e que não se consegue mudar simplesmente através do convencimento. Isso vale para as pessoas de um modo geral. Vale para o brasileiro, para o europeu, para o americano.

Em termos de trânsito, o comportamento do motorista inglês sempre surge como exemplo de cidadania, de respeito ao próximo e de desenvolvimento, pois, a mais leve menção do pedestre em colocar o pé na faixa, pára seu carro imediatamente.

É um fato que isso ocorre, mas é apenas um produto de uma fiscalização sempre presente e baseada em multas altas.

Na verdade, a Inglaterra é o país mundialmente mais rígido na fiscalização de trânsito, seguido pela Noruega e Suécia.

Ora, se o desenvolvimento de um país, incluindo o nível cultural de seus cidadãos, pudesse garantir um bom comportamento no trânsito, não bastaria apenas a educação de trânsito?

Por que a necessidade de rigidez na fiscalização?

Vamos a dois exemplos do trânsito: há alguns anos foi feita uma campanha para aumentar o uso do cinto de segurança em oito estados norte-americanos. A campanha era baseada em um “slogan” mais ou menos assim: “use o cinto ou leve uma multa”.

O resultado foi considerado ótimo. O Estado com a melhor resposta foi o Tennessee, que viu seu índice de utilização do cinto saltar de 55 para 75% dos motoristas.

Na cidade de Cuiabá, uma das infrações mais comuns, ainda é a falta de uso do velho e conhecido, salvador de vidas, cinto de segurança.

Em algumas raras cidades brasileiras o motorista respeita o pedestre. E os bons resultados só foram alcançados com a política correta aplicada no conjunto engenharia, educação e, principalmente, fiscalização.

O que faz a diferença entre, cumprir ou não cumprir a boa regra, de um indivíduo em relação ao outro é o nível de fiscalização. Podem apostar: se for suspensa a fiscalização em qualquer desses locais, gradativamente haverá um relaxamento em relação às normas de boa conduta no trânsito.

Mas, por que essa rigidez fiscalizatória? Por que cobrar tão caro pela desobediência às leis de trânsito?

A resposta é simples – A FISCALIZAÇÃO POUPA VIDAS.

Ao investir na mudança de comportamento e na redução dos maus hábitos como dirigir com excesso de velocidade ou embriagado, o retorno para a sociedade é imediato. São menos pessoas feridas, menos leitos ocupados nos hospitais, menos famílias traumatizadas.

Olhando por esse ângulo, por que a fiscalização de trânsito é um assunto tão mal visto em nossa sociedade?

Uma das culpadas é a famigerada história da “indústria de multas”; difundida de má fé por maus cidadãos e piores políticos. História da carochinha, pois não é racional pensar na possibilidade de uma “indústria de multas”, pelo simples fato de que não é possível punir alguém que não fez nada de errado.

Se todos dirigirem corretamente, ninguém receberá multas.

Dados recentes indicam que no mês de março, aqui em Cuiabá, 4100 veículos foram “multados”; para uma frota estimada de duzentos mil veículos. Apenas 0.5% da frota.

Que “indústria” então é essa? Uma parte do mito da “indústria” foi alimentada pelo mau uso da mídia. Como uma parcela da população é contra a fiscalização, matérias sobre esse assunto davam bom retorno, sobretudo as negativas.

Ainda é comum nessas matérias a apresentação de alguns exemplos esdrúxulos, como o caso do motorista de um caminhão multado porque estava sem capacete, o que acabavam convencendo àqueles que não tinham opinião formada sobre o assunto.

Porém, o que explica o caso do capacete? Ora, são lavradas milhares de penalidades por dia no Brasil.

A maior parte delas é decorrente de um processo humano, de detecção e preenchimento de um talão. É natural que ocorram erros. Para corrigir esses erros, existem mecanismos para os recursos de multa.

É onde o caso do capacete deveria parar e não em uma página de jornal.

Mas, felizmente, as coisas têm mudado. Já não se fala mal da fiscalização, nos últimos seis meses, de forma tão negativa.

Com um melhor comportamento dos motoristas, as multas deixam de ser lavradas e, o que é o melhor de tudo, o produto é um trânsito menos violento.

Ainda estamos sobre influência de heranças elitistas, que começaram na época colonial, e ainda não excluídas, onde as leis não são exatamente para todos. Ainda é possível verificarmos pelas ruas comportamentos do tipo “você sabe com quem está falando?” e outros exemplos de autoritarismo e arrogância.

Nesse ponto, as leis de trânsito incomodam, porque são democráticas.

A placa de proibido estacionar não faz ressalvas. O radar não poupa os que superam a velocidade, seja lá qual for a classe social do infrator. A pontuação na carteira impede que o cidadão de maior poder aquisitivo possa desobedecer a lei simplesmente porque tem como arcar com o valor da multa.

Falta ainda reduzir essa herança cultural a níveis desprezíveis para que tenhamos um trânsito menos violento, com respeito às leis e à sinalização.

A fiscalização deve estar presente e impondo penalidades pesadas. Mas, sendo cada vez menos usada.

Fiscalização é vida!

Pelo menos no trânsito.

...

*Léo Gonsaga Medeiros é cidadão cuiabano

Abuso de autoridade 10/02/2007

Uma estória e algumas lições

Vamos à estória:

O “Gaúcho”recebe uma ordem de serviço para pintar o “meio-fio”, cheio de razão, parte para o serviço... QUANDO... vê um homem com cara de mau, estacionando seu carro em local proibido e exatamente no local em que deveria executar a obra.

-- O senhor, me faça o favor, me tire o carro e pare em outro lugar. Preciso trabalhar neste local, sou funcionário público municipal e preciso cumprir minha obrigação; além do mais aqui está uma placa de ¨proibido estacionar¨. O senhor está vendo?

-- Estou - responde o motorista.

-- E então?

-- Então... Vá tomar banho! Seu merda! Aqui ninguém vai pintar nada; moro aqui desde o tempo em que Dom Aquino Corrêa era coroinha; e tem mais, se passar essa brocha na minha calçada vou te prender a pão e água lá na delegacia do Porto, estou cercado de seguranças e tem mais sou amigo de cachaça do “Galinho”, do “Brairo“ e do “Lulainácio”.

O “Gaúcho”, muito macho, juntou-se com uns “amarelinhos”, prendeu o malfeitor desbocado; algemou o indivíduo e sem mais nem menos e o leva até a delegacia.

Apresentou o sujeito ao Delegado.

-- Olha que engraçadinho, Delegado.

Mandei o cidadão tirar o carro de um local proibido, para executar uns servicinhos do SMTU e ele me destratou uma barbaridade, me chamou de “chinelão”, de gremista e de “seu merda” e ainda me mandou tomar banho!

-- Ah, é ?

Diz o Delegado com ironia, e dirigindo-se para o enfezado cidadão:

-- E eu? O que você vai mandar?

-- Você eu vou mandar toma no cú! - diz o sujeito.

O delegado fica furioso, mete a mão na cara do cara e fala pro Inspetor de plantão:

-- Leva para os fundos e põe o vagabundo no pau-de-arara!

O policial civil leva o homem até uma salinha e o pendura de ponta-cabeça, quando a carteira do cara cai do bolso aberta no chão: ¨DESEMBARGADOR”.

Correndo, o PC volta à sala do Delegado e esbaforido, arfando com dificuldades de um tuberculoso, anuncia:

-- Doutor. O homem é um DESEMBARGADOR!

-- DESEMBARGADOR??? P.Q.P.!!!

O que vamos fazer agora?

E o “Gaúcho esperto:

-- Bom... eu vou tomar meu banho...”

Qualquer coincidência com um evento testemunhado por pessoas de bem, no dia 07 de fevereiro 2007 numa rua famosa de Cuiabá, não é mera coincidência.

Agora as lições:

As raízes históricas do abuso de autoridade encontram-se nos mesmos fundamentos em que perfilam as inúmeras ilegalidades de corrupção, nepotismo e trafico de influência presentes nas instituições brasileiras.

São ações sociais, no sentido atribuído por Weber, que expressam uma tradição marcada pelo personalismo nas relações sociais e pelo clientelismo nas relações políticas.

Situa-se nesse âmbito, a dominação de tipo patriarcal vinculada a uma tradição patrimonialista, na qual as elites organizam seus interesses econômicos a partir de privilégios e benesses favorecidos pelo Estado.

Considera-se, por fim, que esse tipo de dominação calcado numa cultura privatista de tipo tradicional, prolifera-se e mantém-se, em tempos de globalização e em sociedades democráticas e altamente burocratizadas, porque encontra terreno fértil no que La Boétie chama de servidão voluntária.

A servidão voluntária seria essa perplexa capacidade humana de submissão às autoridades. As pessoas, de certa forma, anulam-se, perdem o amor próprio pela liberdade, numa obstinada vontade de servir.

O abuso de autoridade é uma prática inadmissível, que viola os mais elementares direitos humanos e ao próprio regime democrático.

Não se pode admitir que os agentes ou representantes do Estado - que devem obedecer e garantir o exercício dos direitos fundamentais da pessoa humana - violem os preceitos legais e cometam abusos e violências contra o cidadão e contra o funcionário público no exercício legal de seu mister.

Denunciar os abusos de autoridade é essencial para se faça cessar práticas que violam os direitos fundamentais da pessoa humana.

Manter-se calado só colabora para se perpetue esses atentados e aumente a violência contra os cidadãos.

E tenho dito!

*Léo Gonsaga Medeiros atualmente está Diretor de Trânsito da SMTU- CUIABÁ MT

Um Grito de Liberdade 27/01/2007

A Polícia tem sido no decorrer da história, instrumento de ação personalíssima do Governador, não do Governo, do Estado, do Povo.

Assim nos últimos tempos, aqui na Terra de Rondon, vimos a “Polícia do Julio”, “do Jaime”, do “Bezerra”, “do Dante” e, agora a “Polícia do Brairo”. E, em cada tempo, foi, e ainda é utilizada conforme os ditames doutrinários políticos de cada governante.

Só para ilustrar, num tempo considerado, a Polícia executava com presteza as determinações judiciárias de reintegração de posse; em outros, a decisão da ação para o mesmo fim do exemplo, era postergada “ad infinitum” sob os mais diferentes argumentos.

A lei e o direito valiam menos que um pequi roído, do que bananinha de bolicho, menos ainda do que penico de Santa Casa -com todo respeito a centenária Instituição.

Há mais de 170 anos a Polícia tem estado calada, quieta, subjugada por governos imperiais, republicanos, ditatoriais, democráticos e pseudodemocráticos, sempre como “o braço armado do Estado”.

De extrema fidelidade aos mandatários e governantes, a Policia , por dois séculos, aceitou ser vituperada, considerada corrupta, violenta, inescrupulosa, incompetente, ineficiente e mais uma ou duas dezenas de adjetivos que me fogem a lembrança.

Aceitou todos estes pejorativos sem, em nenhum momento, levantar a voz e gritar: “espera aí, eu sou tudo isso porque o governo assim o quer, porque enquanto o povo estiver com seus olhos voltados para minhas mazelas, não estarão vendo as falcatruas governamentais; enquanto a sociedade estiver reclamando que os índices de criminalidade estão aumentando e que eu não estou sendo capaz de resolver o problema, não estarão observando as Leis que estão sendo feitas para beneficiar este ou aquele amigo do governo”.

Exemplifico de novo, desde a edição da edulcorada “Constituição Cidadã”, e lá se vão anos, os artigos referentes a Segurança Pública ainda não foram regulamentados; as leis complementares existentes, vigoram naquilo que não contradiz o texto da lei Maior, é do tempo da “ditadura”, “dos anos de chumbo”.

Nenhum governo democrático, por incompetência , desídia ou má fé, moveu uma palha para corrigir a esbórnia, então gerada.

De que forma dizer para aqueles que tenho a obrigação de proteger que para fazê-lo terei, obrigatoriamente, que descumprir a Lei, ser autoritário, abusar de minha autoridade, cometer ilegalidades pois as Leis que foram colocadas à minha disposição, ao invés de ajudar, na verdade foram elaboradas para limitar o serviço policial.

Minha crise de consciência é tão grande que às vezes perco o sono tentando encontrar uma solução, principalmente, quando sou procurado por alguém que me diz: “... senhor policial, ontem eu fui roubado pelo meu vizinho e as minhas coisas se encontram na casa dele.O senhor pode pegá-las e me devolver?”.

Com que cara eu sou obrigado a dizer para esta pessoa que terá que se instaurar um Inquérito Policial, ouvi-la, intimar as testemunhas para comparecerem na Delegacia após 24 horas, depois representar ao Juiz pelo Mandado de Busca e Apreensão, aguardar quinze, vinte, trinta dias pela decisão e, se o Mandado for expedido, ir até a casa do criminoso para, com muita sorte, recuperar os objetos roubados?

Qual a melhor maneira de dizer as vítimas de furto que não adianta coletar impressões digitais no local do crime porque no Brasil não funciona como nos filmes americanos.Que não existe um banco de dados nacional de impressões digitais de criminosos arquivadas por um sistema monodactilar?

Que cada Estado tem sua própria Carteira de Identidade?

Que não existe um banco único de dados para consulta de Registros Gerais?

E quando alguém, cuja filha foi estuprada, lhe pergunta se é possível identificar o autor com o teste de DNA?

Como dizer para esta pessoa que ela pagou seus impostos em dia mas o Estado não faz teste de DNA, que isto só existe no cinema?

É tão fácil culpar o sistema policial pelo aumento do índice de roubos e latrocínios na cidade, afinal de contas parece que existe um verdadeiro êxtase por parte dos jornalistas em estampar nas primeiras páginas de alguns jornais:

“A POLÍCIA AINDA NÃO SABE QUEM MATOU A PROFESSORA PRIMÁRIA”,

“LATROCIDA ESTÁ A SOLTA E A POLÍCIA NÃO TEM NENHUMA PISTA” ou “O INDICE DE VIOLÊNCIA AUMENTA NA CAPITAL E A POLÍCIA CONTINUA INOPERANTE”.

Algum Governador seria tão honesto para, na frente das câmeras de televisão, confessar que as viaturas policiais que estão em ronda nas ruas são mantidas pelos policiais que, face a inoperância governamental, pagam os consertos dos veículos?

Que os policias são obrigados a comprar seu próprios uniformes?

Que os policiais não possuem, cada um, um colete “a prova de balas” que lhes proteja e lhes salva a vida nos confrontos armados com a marginalia?

Que o policial não tem seguro de vida, e, que ficará desamparado se levar um tiro e ficar paraplégico?

Que a viatura que o policial dirige está coberta pelo seguro?

Algum Secretário de Fazenda seria capaz de assumir que os policiais recebem baixos salário para não terem condições de conviver com pessoas das classes mais elevadas.

Para não poderem estar nos mesmos restaurantes, bares, boates, etc. e por conseguinte não poderem saber o que estas pessoas fazem?

Por que?

Por que se conviverem com os que possuem melhor renda conviverão com os próprios secretários, seus amigos e parentes.

Porque convivendo com os seus vão conhecer-lhes os hábitos.

Conhecendo seus hábitos vão descobrir os vícios.

Conhecendo os vícios vão prendê-los.

Porém, recebendo salários miseráveis, só irão em locais cujas pessoas são do mesmo nível ou seja, só prenderão os pobres, os pretos e as p...

Qual o político que, honestamente, declararia que a razão de não haver inamovibilidade para os policiais é para que estes possam ser ameaçados de transferência para o interior se não fizerem alguma ilegalidade ou atenderem os expressos interesses deles.

Ora, a Segurança Pública no Brasil é uma farsa, um engodo, uma fraude.

As estatísticas servem, única e exclusivamente para camuflarem a realidade e calarem os repórteres e os meios noticiosos.

Quantos foram assassinados no ano passado?

Quantos foram roubados, estupradas ou furtados?

Quem vai dizer para a população: “Ninguém sabe”.

Não existe qualquer controle.

Os números são apostos nos mapas estatísticos conforme a vontade do governante da época.

Se a verdade vier à tona, se o público souber da realidade, o responsável pela estatística será substituído, transferido ou de alguma forma punido.

Chega.

Depois de 170 anos a Polícia deve gritar pela verdade.

A Força Policial agora sem mordaça quer dizer aos quatro cantos deste país: “nós também somos brasileiros, nós acreditamos no povo, nós somos o povo, nós existimos para servir e proteger o povo”.

Não somos serviçais dos governos, somos funcionários do Estado, empregados do povo.

Não somos responsáveis pelo aumento dos índices de criminalidade.

Eles aumentam porque não participamos das políticas de Segurança Pública, de Desenvolvimento, de Emprego , de Renda, de Serviços, de Educação, de Meio Ambiente, de Trânsito...

E sabem porquê?

Porque se nós participarmos, não se poderá desviar verbas na compra de armamentos, viaturas que não passam nos testes de qualidade, de comunicações, de sistemas de informática, de construções inadequadas, de formação deficiente.....

Não vão mais poder camuflar os índices de criminalidade.

Não vão poder mais proteger seus parentes e apaniguados que cometem crimes.

Todos terão direito à segurança.

Nós não queremos mais que a população sofra, da mesma forma que não queremos mais ser responsabilizados pelo erro de outros.

...


Léo Gonsaga Medeiros – Cel PM RR e Paulo Magalhães Araujo – Delegado MS

*O presente artigo foi escrito originalmente em 15 de janeiro de 2002 e atualizado em 26 janeiro de 2007