Padrinho ou Kumicho 11/03/2009

Até agora as notícia sobre o crime organizado aqui na terrinha de Rondon, espelhava-se na atuação do representante das hostes celestes, hoje preso em MS e contumaz visitante de Cuiabá por conta dos inúmeros processos que responde.

A nossa criminalidade de colarinho branco andou por bastantes anos sem maiores problemas de justificar origens de sua fortuna e volume fabuloso de dinheiro “captado”, até por que, proeminentes membros dos órgãos oficiais de fiscalização e supervisão que deveriam controlá-los, coibi-los e puni-los, captados (coptados) para si, passaram a fazer parte de seu staff.

Mas, com a mudança dos tempos, o aprendizado de novos procedimentos, dinâmicas antifraudes fiscais e, sobretudo, pelo poder de alcance e abrangência da informática, aliados a vontade de homens públicos comprometidos com a verdadeira cidadania, tem implodido a disciplina do crime, atingindo sua forma e hierarquia.

Trabalho difícil e de paciência para romper as principais características mafiosa que são : permanência no tempo, o enraizamento no território e a capacidade de se infiltrar nas instituições mais importantes que operam em um território considerado.

A máfia em seu sentido amplo, está integrada às principias economias do mundo com importantíssimos investimentos legalizados, isto é, “lavados”, e são por ordem de hierarquia e poder, a italiana, Máfia, a russa Russkaya Mafiya, “Máfia russa”, e a terceira, Yakuza, “Máfia japonesa”.

A máfia italiana aporta anualmente à economia italiana ao redor de 100 bilhões de euros, seja em razão dos seus lucros legais ou provenientes de suas “lavanderias”.

A máfia russa controla 70% dos negócios privados do país e aproximadamente 40% da riqueza nacional.

A máfia cuiabana , ainda está por dimensionar.

O artigo 416- bis do Código Penal Italiano define uma associação como mafiosa quando seus membros utilizam a intimidação, o vínculo da associação e a condição da omertà. ( Eu não sei de nada, ouvir e calar). Leia-se a rejeição a qualquer tipo de cooperação com a justiça.

Agora, preste-se bem atenção, para entender o grau de aprendizado e forma de executar os métodos mafiosos que este tipo de delinqüentes patrícios aprendeu com seu Don, métodos que executam com o maior dos êxitos, lembrando se já escutou ou leu algo similar: Quando é publicada uma licitação para a construção pesada, como hidrelétricas, rodovias, pontes, aeroportos, por exemplo, ao custo de bilhões de reais, uma empresa controlada por métodos mafiosos lança sua proposta para participar de tal licitação.

Quando outros empresários que pretendiam participar nela tomam conhecimento do interesse expressado primeiramente por eles, não há necessidade de induzi-los à renúncia.

Por iniciativa própria retrocedem no seu propósito, seja por vínculo criminal ou pela intimidação onde se manobram advertências de diversos calibres.

O método é conhecido, ou não?

Conhecendo as principais organizações:

A Máfia:

“Os Corleone e mais geralmente todas as famílias da máfia siciliana possuem uma estrutura fortemente centralizada e hierárquica formada por divisões extremamente planas.

Inspirada nos antigos exércitos romanos esta estrutura está concebida para atuar rapidamente em situações de risco, adaptar-se aos câmbios e manter sempre flexibilidade.

Eis a ordem na cúpula da estrutura:

1) O Don ou “Padrinho”, que é o cérebro da “famiglia”, colocando ao seu lado membros de sua própria família.

2) O Consigliere, que é aquele que dá conselhos. Escolhido diretamente pelo Don tem a incumbência de fazer cumprir suas ordens.

3) Os caporegimes. Estes são considerados diretores de cada setor de negócios. Nos moldes do exército romanos seriam os comandantes só se reportando ao Imperador ou aos generais na época da República.

4) Os soldados. Calcados nesse mesmo exército eram constituídos em centúrias de 100 soldados e em decúrias de 10.

5) Os associados. Estes papéis o representam os depositantes de fundos e os lobistas.”

A Yakuza:

“Uma família da Yakuza tem estrutura superficialmente similar a uma família da máfia.

Um único patriarca (kumicho) domina o clã.

Ele tem vários ajudantes de ordens, subchefes e líderes de gangue sob a sua influência em uma estrutura aproximadamente piramidal. Os líderes, assistentes, conselheiros regionais e uma variedade de capangas complicam ainda mais a estrutura do clã Yakuza.

Alguns clãs possuem uma estrutura diferente: eles agem como um amplo sistema de alianças que trazem muitas facções menores escondidas em um guarda-chuva.

A chave da hierarquia é o forte relacionamento oyabun-kobun, um conjunto de papéis de pai e filho que une todos os clãs da Yakuza.

Como recompensa pela lealdade absoluta e obediência inquestionável de seu kobun, o oyabun dá conselhos e orientações juntamente com proteção e prestígio.

O foco na honra e tradição na sociedade japonesa consolida ainda mais esses relacionamentos.

Do contrário, as punições por descumprir o oyabun variam desde humilhações (expulsão do clã) até a tortura (cortar parte de um dedo).

Cada membro do clã pode desempenhar ambos os papéis - de oyabun e de kobun -, agindo como subordinado da Yakuza imediatamente superior a ele e como um chefe dos gângsters abaixo dele.

A iniciação em ambos os relacionamentos oyabun-kobun e um clã da Yakuza é marcada por uma cerimônia especial.

Um terceiro enche os copos de saquê do novo membro e de seu chefe oyabun.

O chefe e o novo membro bebem um pouco do saquê de seus próprios copos. Depois, eles trocam os copos e bebem um pouco do saquê do outro. O chefe bebe tudo enquanto o iniciado apenas beberica. “

Repassando e levado em conta que, “As características da criminalidade organizada de colarinho branco do tipo mafioso são: A permanência no tempo, o enraizamento no território e a capacidade de se infiltrar nas instituições mais importantes que operam nesse território”, conclui-se que as pessoas mencionadas e as instituições que representavam constituem verdadeiras organizações mafiosas.

Numa sala, com carteiras, o “uomini d`onore" (homem de honra) mafioso faz seu juramento da “Lei da Omertà” -Lei do silêncio-.

Jurará que sempre que lhe perguntem sobre a “famiglia” e suas atividades, dirá ante as pessoas, a polícia e a justiça “Io non ho niente”.

“Eu não sei de nada”.

A “questã” final: - Os mafiosos cuiabanos, chamam seu chefe de PADRINHO OU KUMICHO?

...

*Kamarada Mederovsk é um "cerumano" como outro qualquer

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