E lá se foi meu papagaio... 12/02/2006

“Resgato neste momento minha honra e minha dignidade. Não houve uma prova documental ou testemunhal que pudesse prejudicar minha inocência” -- Pedro Henry sobre sua absolvição no Conselho de Ética (que ética?).

...

Rádio ligado.

Sempre que acordo, ainda cedinho, não mais tomo chimarrão, perdi o hábito, preparo à sombra da gaiola do Sócrates, meu guaranazinho cuiabano e escuto as notícias de meu Brasil.

Enquanto, circunspecto, na varanda ouvia ¨na rádio¨ o discurso do ¨anjo cacerense¨ e tomava a infusão pantaneira, escutei estranhos ruídos na gaiola do Sócrates, meu velho papagaio, companheiro de reflexões filosóficas nas madrugadas cuiabanas.

Estranhei, o bicho é normalmente sossegado.

O bicho se debatia feito doido. Ante o fato, demorei a reagir e o bicho suicidou-se, enroscando-se pelo pescoço, no arame do poleiro.

Nenhuma ação de ressuscitamento adiantou.

Concluí que o velho louro, que sempre ouvia o noticiário matutino comigo...

...Tinha chegado ao limite e o discurso do manhoso cacerense tinha sido a gôta d´água.

Devia ser triste os últimos anos de vida de um papagaio ético.

No rádio, o locutor falava sobre os 40 dias de abstinência alcoólica do Presidente...

Ainda bem que a corda da rêde é muito curta.

Vou substituir o guaraná por ¨água de melissa¨.

...

*Léo Medeiros é cidadão cuiabano.

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