Where is the bomb? Homenagem à polícia de Londres 23/08/2005

Oito tiros praquê? Bastam dois...

Adaptação do texto de Rubem da Fonseca ¨Feliz Ano Novo¨



-- Brasileirinho de merda, se afaste dos trilhos... Quer fazer o favor de chegar perto da parede?

Where is the bom??? Where is the bomb... You fucking brazilian???

-- Hein???!!!

O hein foi a sentença...

Eight shoots...

BANG... BANG... BANG... BANG... BANG... BANG... BANG... BANG... CLIC... CLIC...

...

Ele se encostou na parede.

-- Encostado não, não, uns dois metros de distância. Mais um pouquinho para cá.

-- Aí. Muito obrigado!

-- Atirei bem no meio do peito dele, esvaziando os dois canos, aquele tremendo trovão.

O impacto jogou o cara com força contra a parede.

Ele foi escorregando lentamente e ficou sentado no chão.

No peito dele tinha um buraco que dava para colocar um panetone.

-- Viu, não grudou o cara na parede, porra nenhuma.

Tem que ser na madeira, numa porta.

-- Parede não dá, Zequinha disse.

Os caras deitados no chão estavam de olhos fechados, nem se mexiam.

Não se ouvia nada, a não ser os arrotos do Pereba.

-- Você aí, levante-se, disse Zequinha. O sacana tinha escolhido um cara magrinho, de cabelos compridos.

-- Por favor, o sujeito disse, bem baixinho.

-- Fica de costas para a parede, disse Zequinha.

-- Carreguei os dois canos da doze.

-- Atira você, o coice dela machucou o meu ombro. Apóia bem a culatra senão ela te quebra a clavícula.

-- Vê como esse vai grudar.

Zequinha atirou. O cara voou, os pés saíram do
chão, foi bonito, como se ele tivesse dado um salto para trás.

Bateu com estrondo na porta e ficou ali grudado.

Foi pouco tempo, mas o corpo do cara ficou preso pelo chumbo grosso na madeira.

-- Eu não disse?, Zequinha esfregou o ombro dolorido. Esse canhão é foda!

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